Lançamento de foguete sul-coreano no Maranhão: veja o que se sabe
19/12/2022 10:29 em Tecnologia

Por g1 MA — São Luís, MA

 


O foguete sul-coreano HANBIT-TLV que será lançado do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no Maranhão — Foto: Divulgação/FAB

O foguete sul-coreano HANBIT-TLV que será lançado do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no Maranhão — Foto: Divulgação/FAB

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) no Maranhão, localizado a 30 km de São Luís, deve realizar no início desta semana, o lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-TLV.

primeiro teste vertical do foguete foi bem sucedido. De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), esta será a primeira vez que o Brasil realiza um lançamento experimental em conjunto com uma empresa privada de outro país.

A operação, chamada de 'Astrolábio', é uma parceria da empresa sul-coreana Innospace e conta com a participação da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB).

Veja abaixo o que se sabe até o momento:

 

  • O que é o HANBIT-TLV?
  • Como funciona o foguete?
  • Então, trata-se de um lançamento militar?
  • Existe algum impacto no meio ambiente com o lançamento do foguete?
  • Qual o envolvimento do Brasil na operação?
  • O que é um Acordo de Salvaguardas?
  • Quanto foi o investimento?
  • Porque a operação foi chamada de Astrolábio?

 

 

O que é o HANBIT-TLV?

 

O HANBIT-TLV é um foguete sul-coreano, desenvolvido pela empresa de tecnologia Innospace, em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB).

O foguete possui 16,5 metros de comprimento e pesa 8,4 toneladas, podendo atingir uma velocidade máxima de 4.600 km por hora. O dispositivo pode chegar à uma altura máxima entre 80 a 100 km por hora.

Parte das peças do foguete vieram a bordo de um dos maiores aviões cargueiros do mundo, o Boeing 747/400 - jumbo, da companhia norte-americana National Airlines, que aterrissou no Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, em São Luís em 3 de dezembro. Outra parte das peças vieram em caminhões que saíram do Porto de Santos, em São Paulo, com destino à São Luís.

 

Como funciona o foguete?

 

De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o foguete de propulsão híbrida, usa um sistema de alimentação por bomba elétrica, com propulsores à base de oxigênio e parafinas. Essa configuração, proporciona que o dispositivo seja mais acessível em termos de custo e tempo de produção.

A carga útil do foguete é de fabricação brasileira e foi desenvolvida por militares e profissionais do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), que pertence à Força Aérea Brasileira (FAB).

 

Então, trata-se de um lançamento militar?

 

Não. O foguete está configurado para ser utilizado somente para fins tecnológicos e científicos.

 

Existe algum impacto no meio ambiente com o lançamento do foguete?

 

Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), não existe impacto ambiental gerado pelos gases emitidos pelo foguete durante o lançamento. Eles serão dissipados na atmosfera ao longo do voo e as peças.

O foguete sul-coreano possui 16,5 metros de comprimento e pesa 8,4 toneladas. — Foto: Divulgação/FAB

O foguete sul-coreano possui 16,5 metros de comprimento e pesa 8,4 toneladas. — Foto: Divulgação/FAB

 

Qual o envolvimento do Brasil na operação?

 

A operação é uma parceria do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), que pertence à Força Aérea Brasileira (FAB), e a empresa sul-coreana Innospace.

O lançamento no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado no município de Alcântara, a 30 km de São Luís, foi possível graças a um Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) feito pelo Governo Federal, em 2019.

Após a assinatura do documento, a Agência Espacial Brasileira (AEB) lançou um edital para atrair o interesse de empresas privadas na utilização do Centro de Lançamento de Alcântara. Quatro empresas foram habilitadas, dentre elas, a sul-coreana Innospace.

 

O que é um Acordo de Salvaguardas?

 

O acordo contém cláusulas que protegem tanto a tecnologia usada pelos norte-americanos quanto pelos brasileiros. Pelo acordo, os Estados Unidos poderão lançar satélites e foguetes do local, mas o território de Alcântara continuará sendo espaço de jurisdição brasileira.

O acordo determina que o conhecimento sobre a tecnologia da carga útil presente no foguete, que foi desenvolvida pelo Brasil, não seja acessível a países estrangeiros.

A mesma proteção acontece com a tecnologia usada na construção do foguete, desenvolvido pela Coreia do Sul, ou seja, os dados coletados durante o lançamento do HANBIT-TLV estarão disponíveis somente à Innospace.

Esta será a primeira vez que o Brasil realiza um lançamento experimental em conjunto com uma empresa privada de outro país. — Foto: Divulgação/FAB

Esta será a primeira vez que o Brasil realiza um lançamento experimental em conjunto com uma empresa privada de outro país. — Foto: Divulgação/FAB

 

Quanto foi o investimento?

 

A Força Aérea Brasileira (FAB) não divulgou números. Entretanto, a FAB informou que todos os custos do foguete, do sistema de lançamento e a logística envolvida foram custeadas pela Innospace.

Em nota, a FAB informou que, é 'muito complexo' mensurar o valor investido especificamente uma vez que se confunde com o próprio desenvolvimento de parte importante do Programa Espacial Brasileiro.

 

Porque a operação foi chamada de Astrolábio?

 

O nome da operação é uma referência ao 'Astrolábio', que foi desenvolvido pelo matemático grego Hiparco, na Grécia Antiga, e servia para calcular a posição dos astros a partir de princípios geométicos.

O objeto também era usada para calcular a altitute de objetos e definir as horas e localizações geográficas. A partir do século XV, ele se tornou um importante meio de navegação das embarcações.

Entretanto, o nome da operação é uma homenagem aos significados da palavra. Astrolábio deriva das palavras gregas 'astron', que significa estrela e 'lambanein', que significa pegar ou seguir, fazendo uma referência ao lançamento.

A Força Aérea Brasileira explica que a escolha do nome também se a forma como o Astrolábio era operado, sempre por duas pessoas em parceria, uma referência ao esforço conjunto do Governo Brasileiro com a empresa sul-coreana.

 

 

G1MA

 
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